Na luta contra o câncer, Casa Ronald McDonald, no Maracanã, reabre para visitação

Ex-paciente da Casa Ronald McDonald, localizada no Maracanã, o estudante Eduardo Passos, de 17 anos, vai poder agora matar a saudade da instituição. O espaço, que estava fechado para visitas desde o início da pandemia, reabre o programa de visitação — oferecido às segundas, às 14h; terças, às 14h e 16h; quintas, às 16h; e sábados, às 10h e às 14h. Cada tour é feito por um grupo de, no máximo, seis visitantes, e todos precisam ter feito agendamento previamente. O objetivo é receber interessados em conhecer o trabalho desenvolvido no local, que é dar assistência integral a crianças com câncer e suas famílias. Eduardo foi uma dessas pessoas. Natural do Paraná, ele recebeu o diagnóstico de leucemia linfoblástica aguda aos 6 anos, durante uma viagem de férias ao Rio.

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— É curioso porque foi uma época muito difícil, mas eu só sinto saudades da Casa Ronald McDonald e da família que construímos por lá. Temos muitas lembranças boas — conta o adolescente, que durante oito meses foi paciente da instituição.

A mãe de Eduardo, a neuropsicopedagoga Erika Cristini Silveira Passos, conta que se apaixonou pelo espaço e em seguida tornou-se voluntária, trabalho que faz até hoje. Ela reforça que foi um período doloroso, mas não triste.

— Doía muito porque eu tinha medo de perder o meu filho. Mas éramos tão bem acolhidos que eles não deixaram que ficássemos tristes. Lembro de uma vez que eu estava muito angustiada, e uma voluntária fez um brigadeiro de panela para mim e outras mães e nos sentamos juntas para conversar. Aquela foi a terapia mais barata e mais efetiva da minha vida. Eles se preocupam com cada detalhe. Como família de pacientes, não cozinhamos; e ainda arrumam nosso cabelo, por exemplo. Tudo para estarmos inteiras para fazer a única tarefa que importa no momento, cuidar dos nossos filhos. Sou muito grata à Casa Ronald McDonald, e por causa desse lugar ainda não voltei ao Paraná — diz Erika.

Presidente voluntária da Casa Ronald McDonald, Sonia Cardoso Novais Neves explica que a instituição não é mantida pelo McDonald’s, mas recebe uma boa ajuda financeira da marca uma vez por ano, oriunda do McDia Feliz. Porém, o valor não corresponde nem à metade dos gastos. Sonia relata ainda que, para fechar as contas, as visitas são imprescindíveis.

— É por meio delas que as pessoas conhecem a seriedade e a importância do nosso trabalho e passam a ser colaboradoras ou voluntárias. Tivemos perdas muito drásticas durante a pandemia — diz Sonia, que também teve um filho com câncer e foi uma das fundadoras da Casa Ronald McDonald no Rio, em 1994, a primeira na América Latina. — Nosso objetivo é ser uma casa longe de casa. Desenvolvemos gratuitamente ações de acolhimento humanizado e de subsistência, como hospedagem, alimentação e transporte para conduzir as famílias aos hospitais, suporte psicossocial, atividades recreativas, cursos profissionalizantes e acompanhamento escolar, além de programas como o Bolsa de Alimentos.

A Casa Ronald McDonald-RJ tem capacidade máxima para hospedar 39 crianças ou adolescentes, com direito a um acompanhante. Todos os pacientes são encaminhados à casa pelos seguintes hospitais conveniados: Instituto Nacional do Câncer (Inca), Hemorio, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Hospital da Lagoa, Hospital Pediátrico Martagão Gesteira (Fundão), Hospital da Criança e Hospital dos Servidores do Estado.

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