Mais de 40% das empresas investem em gerenciamento de resíduos, aponta CNI

Os dados da pesquisa divulgada no final de outubro passado mostraram que 91% das médias e grandes empresas investem em ações sustentáveis. Do total de executivos entrevistados, 42% responderam que possuem gerenciamento de resíduos sólidos em suas operações.

A participação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) nas discussões sobre ações para frear ou mitigar as consequências das alterações do clima, ocorridas durante a 26ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP26), realizada em Glasgow, Escócia, entre 1º e 12 de novembro, mostrou que o fator sustentabilidade está cada vez mais relevante para o setor se manter competitivo.

Um exemplo da necessidade de as  empresas investirem em práticas ESG (a sigla em inglês para princípios ambientais, sociais e de governança corporativa adotados nas organizações) foi o posicionamento adotado pela Black Rock, maior gestora de ativos do mundo. Em carta enviada aos clientes em 2020, a gigante responsável por administrar cerca de US$ 9 trilhões informou que a sustentabilidade será seu novo padrão de investimento.

Nesse cenário, os investimentos em sustentabilidade deixaram de ser uma opção e viraram uma obrigação das empresas e organizações. Uma das áreas nas quais as empresas já entenderam a necessidade de atenção é a de gerenciamento de resíduos sólidos, ao lado de ações para economia de água e energia elétrica, conforme mostrou a pesquisa Industria e Sustentabilidade, divulgada pela CNI no final de outubro passado. Os dados revelaram que 91% das médias e grandes empresas já possuem práticas ligadas a essas três áreas.

O levantamento mostrou que a preocupação com a própria imagem e reputação é responsável por 41% das respostas sobre o porquê dos investimentos. Segundo o engenheiro ambiental João Carlos de Lima Gonçalves, com experiência de quase oito anos na área de gestão ambiental em grandes empresas, no caso do gerenciamento dos resíduos, além de preservar a reputação perante a sociedade, as empresas também miram em faturamento. "Quem não se organiza e não faz o gerenciamento correto, acaba gastando mais para conseguir fazer o devido tratamento, além de desperdiçar a oportunidade de gerar receita com os resíduos gerados", explica.

Entre as oportunidades possibilitadas pelos resíduos estão as receitas obtidas com reciclagem. Segundo o Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana de São Paulo, pelo menos R$ 5 bilhões são perdidos por ano, no Brasil, pelo não reaproveitamento de recicláveis. O engenheiro ambiental atesta que essas oportunidades são reais. "Nas empresas por onde passei, conseguimos gerar receitas para a companhia com o gerenciamento de resíduos. Receitas essas que eram utilizadas para mais investimentos na área ambiental e relacionamento com a comunidade, assim como o uso na modernização das fábricas e otimização de seus processos produtivos", relata Gonçalves.

Além de garantir a destinação correta de resíduos recicláveis, as empresas também podem reaproveitar seus próprios produtos, quando estes perdem o uso e são trazidos de volta às fábricas por meio da logística reversa. No Brasil, segundo informações do Instituto de Logística Reversa, grandes empresas como Natura, Caldo Bom, McDonald´s e Coca-Cola já têm a estratégia de receber de volta os resíduos gerados por embalagens ou os produtos em si. Essa medida está prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos.

 

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